26 junho 2011

caio f.

virou moda tomar café, ser depressivo, louco, alcoólatra e bipolar. ou virou moda dizer que se é depressivo, louco, alcoólatra e bipolar, tudo brindado por um bom e forte café (sem starbucks, por favor, porque quem ama café não pode jamais amar starbucks).
e virou moda citar, parafrasear e amar o caio fernando de abreu. quem sou eu para fazer birra? eu não descobri o caio fernando primeiro que ninguém. que citem, parafraseiem, que amem. porque amar sempre esteve na moda, continua estando e o caio fernando sabia falar de amor de um jeito doloroso e verdadeiro. desse jeito que toca a gente nesses dias em que se está meio assim depressivo, meio assim tendendo ao alcoolismo.

A moça que não era Capitu

Lá está ela, mais uma vez. Não sei, não vou saber, não dá pra entender como ela não se cansa disso. Sabe que tudo acontece como um jogo, se é de azar ou de sorte, não dá pra prever. Ou melhor, até se pode prever, mas ela dispensa.

Acredito que essa moça, no fundo gosta dessas coisas. De se apaixonar, de se jogar num rio onde ela não sabe se consegue nadar. Ela não desiste e leva bóias. E se ela se afogar, se recupera.

Estranho e que ela já apanhou demais da vida. Essa moça tem relacionamentos estranhos, acho que ela está condicionada a ser uma pessoa substituta. E quem não é?

A gente sempre acha que é especial na vida de alguém, mas o que te garante que você não está somente servindo pra tapar buracos, servindo de curativo pras feridas antigas?

A moça…ela muito amou, ama, amará, e muito se machuca também. Porque amar também é isso, não? Dar o seu melhor pra curar outra pessoa de todos os golpes, até que ela fique bem e te deixe pra trás, fraco e sangrando. Daí você espera por alguém que venha te curar.

Às vezes esse alguém aparece, outras vezes, não. E pra ela? Por quem ela espera?

E assim, aos poucos, ela se esquece dos socos, pontapés, golpes baixos que a vida lhe deu, lhe dará.

A moça – que não era Capitu, mas também têm olhos de ressaca – levanta e segue em frente.

Não por ser forte, e sim pelo contrário… Por saber que é fraca o bastante para não conseguir ter ódio no seu coração, na sua alma, na sua essência. E ama, sabendo que vai chorar muitas vezes ainda. Afinal, foi chorando que ela, você e todos os outros, vieram ao mundo.

Caio Fernando

2 comentários:

Michele Matos disse...

Que vire moda mesmo. O Mundo precisa disso. =**

Anônimo disse...

Fazer o trabalho do Bulhões sobre o homem foi uma viagem alucinante em meio à tristeza e o vazio do ser humano. O homem era foda, mas me dá uma raivinha ele ter virado uma espécie de Clarice Lispector da década - todo mundo cita sem nem ter lido, sei lá. E "Dulce Veiga" é uma aula.