Por mais que a gente enlouqueça e queira fingir que é para sempre, e
deseje agarrar, segurar, prender no porão ou num potinho, ou adie mil
vezes o fim quando ele está em nossas mãos, não tem jeito: as pessoas
passam. Falo com certa sanidade que em verdade não me pertence: sofro
cada vez que lembro que nada é para sempre.
Mas em pequenos descuidos, quando a alma está acalmada, percebo o que de
bom fica de quem foi. Outro dia comprei um CD do ACDC, e estranhei.
Quatro anos antes eu não faria isso. Lembrei-me do menino que fez-me
interessar por ACDC, pegar gosto por pipoca e ver filmes de Wes
Anderson.
Hoje janto pipoca sempre que posso, e os filmes de Wes Anderson são dos meus preferidos.
Quando relacionamentos acabam, a gente tende a pensar em tudo que
perdeu: tempo, dias, planos, amor. Mas tão bonito é descobrir, nos
entraves do dia-a-dia, as coisas que ficaram, e que somaram ao que
éramos, e que fazem o agora.
Um comentário:
Carol
ficou ótimo
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