Woyzeck, de Georg Büchner
Hipocrisia. Mais do que na política, na polícia, na TV, ela tá dentro das pessoas. Ali, no coração, no sentimento, na cabeça. Hipocrisia e preconceito.
Todo mundo faz discurso em prol da sinceridade: “eu gosto de sinceridade”. “Sinceridade, pra mim, é o mais importante”. “minha melhor qualidade é a sinceridade”.
Ridículo. Tenta ser sincero com alguém pra você ver. E não falo daquela sinceridade superficial e inútil de quem só quer se mostrar sincero, tipo “olha, esse seu relacionamento não ta te fazendo bem”. Ou, “essa roupa não combina com você, sabia?”. Isso é fácil e todo mundo acha bonito “ser sincero” assim. É ridículo, isso não muda nada.
Eu falo de ser sincero assim: “eu gosto de você desde o dia que te vi”. “odeio essa música, porque ela me lembra alguém”.
Coisas assim. Falar de cheiro, cor, opção sexual, tesão. Faça isso. Seja sincero com as pessoas. Conte sua vida, o que você já fez de bom, de ruim, de cruel, de louco. Entregue sua vida a alguém, por pura confiança. Explique para essa pessoa o que te leva a hoje gostar de fotos em preto e branco.
Sabe o que acontece? Tristeza. Decepção.
As pessoas pedem sinceridade. Hipocrisia pura. Elas não sabem aceitar as verdades alheias, não agüentam o tranco. É isso. Problema grave, principalmente pra quem não tem medo de se mostrar.
Quem se liberta das máscaras acaba sempre apanhando no final. E, ainda, pode acabar só.
Melhor evitar. Fingir que gosta de umas coisinhas, uns filminhos, sorvete, cachorros. Sorrir para alguns, odiar outros e pronto. As pessoas gostam de gente medíocre.
A outra opção é continuar levando tapa na cara e rindo. É assim: quem sabe entregar seu mundo na mão de alguém, tem que saber agüentar a dor.
Um comentário:
não me fale de sinceridade. leia o último texto e entenda. seja desprezível, é mais fácil.
[ainda que eu ainda diga que ame que quero que odeio que acho, no caso, você incrível]
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