As unhas vermelhas tamborilavam insistentemente sobre a caixa de tintura para cabelos. Em frente ao espelho do quarto, ela chorava.
De súbito, enxuga o rosto, limpa as lágrimas. Apanha a tesoura prateada, separa uma mecha dos longos cabelos escuros e corta. Com o corte, as lágrimas caem. Corta outra mecha. E outra. E chora.
Encara-se profundamente pelo espelho. Um silêncio incomoda. É como despedida. Pega a caixa de tintura e vai para o banheiro.
De fora, pode-se ouvir o som do choro, da tesoura caindo na pia, do chuveiro ligado, do secador.
Ela sai, coloca um vestido vermelho e vai para o espelho. Lá, há agora uma mulher de cabelos curtos e louros, que chora.
Encara-se novamente:
- A Deborah Secco falou na TV que com essa cor eu consigo qualquer homem. Tá feito. Se aquele desgraçado não me quiser dessa vez, tá danado.
Coloca o sapato de salto, pega a bolsa, passa pelo banheiro, pega a tesoura prateada, aperta-a, guarda na bolsa, respira fundo e sai.
[era um roteiro de um curta para a aula de "roteiros de audiovisual". virou um texto para o blog.]
Um comentário:
viva roteiros!
=*
mto bom
qdo eu li ainda roteiro parecia mto escrito por vc! xD
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