17 agosto 2007

Uma história real de um amor quase de mentirinha...

E como é que a gente faz quando a malabarista se apaixona pelo palhaço? O palhaço, que além de palhaço é desenhista. Não é que o rapaz conseguiu pintar de vermelho o coração da menina?! De tanto fazê-la rir, fez ela se apaixonar. E ela que joga, segura e equilibra, mal conseguiu segurar o sentimento. Justo ela, olha só. E ele, que faz todo mundo rir, começou a perceber que o riso dela era diferente. Tinha umas cores a mais, que o riso do público não tem. Mas o palhaço é um fingidor, talvez mais que o poeta. E de alegria tem bem pouco. E de medo, tinha muito, esse palhaço menino-confuso. Era um palhaço assim, que vivia acompanhado das tintas – a do rosto e a do papel – e acreditava que toda a sua felicidade cabia na mochila. Mas depois do sorriso dela, ele sentiu que tinha algo que não dava pra levar naquela mochila. No máximo, cabiam as claves e argolas. Mas e todo o resto? Os 1 e sessenta e pouco de alegria que a ele tanto faltavam?Daí ele percebeu que as cores daquele sorriso tinham que fazer parte dos seus quadros também. Resolveram, cada um por si, que tinham que ser os dois, num só. Juntos eles tiveram, então, vontade de roubar as cores das estrelas. Olharam, pintaram, equilibraram, malabapintaram. Perderam-se em traços, desenhos e sorrisos. Olhos de estrelas, estrelas nos olhos.... Ela quis uma estrela do céu. Ele trouxe em forma de desenho. De sorriso. De música e poesia. Mas, palhaço que era, ele de repente entristeceu. Se perdeu, quis fugir. Ela assustou. Teve medo do que sentia. Medo do não saber...Se confundiu, se atrapalhou. As claves caíram. A pintura escorreu pelo rosto molhado de lágrimas.Um pra cada lado, foi assim que aconteceu. Ela malabarando confusões. Desequilibrando sentimentos. Ele pintando tristezas incertas, tentando fazer-se sorrir. E na apresentação daquela noite ele buscava em cada sorriso o brilho que só uma vez encontrou – e que, por confusões e palhaçadas, ele mesmo desperdiçou. E ela? Bem. Esperta que é, continua até hoje jogando coisas pro alto. E equilibra-se muito bem.

Um comentário:

Theo disse...

eh legal a historia mas eu ainda nao me convenci bjoes