25 janeiro 2015

je suis adele



de março de 2014:

"Existe um termo, não sei em qual língua ou origem - na verdade, estou com preguiça de pesquisar - enfim, o termo é serendipity, que deve ter uma história bem empolgante e pode valer a pena pesquisar, já que ele traduz em apenas uma palavra o conceito de encontrar as coisas sem estar procurando. É algo como a capacidade do encontro, sem que haja a necessidade louca e ansiosa da procura. Ou, em termos bem chulos, estar de bobeira e encontrar do nada uma coisa bem bacana, tipo 'como eu fui viver tanto tempo sem isso'. Mas o termo é ainda mais fascinante porque faz a leitura de que para este encontro acontecer é preciso uma pré-disposição das pessoas, que se manifesta independente da nossa vontade. Tipo encontros inevitáveis. Acho que por isso, por conter um significado tão difuso e belo, que o termo não tem tradução boa para o português, ou se tiver perde a sua força. Assim como a palavra saudade, que dizem, não existe em nenhuma outra língua, a não ser no português"

esse é um trecho de um e-mail que recebi, e este e-mail chegou na minha caixa de entrada no exato momento em que eu pensava em te escrever o que vem a seguir.

ontem assisti "azul é a cor mais quente", e o filme fala sobre relacionamentos e sobre as coisas inevitáveis da vida, como se apaixonar, se envolver ou, eventualmente, sofrer. eu passei a noite pensando em você, e no quanto aquele filme falava sobre mim, em quantas vezes eu chorei as mesmas lágrimas de adele, em quantas vezes eu fui adele e quantas vezes não quis mais ser e em como estou aqui, novamente (e felizmente) sendo, mas desta vez vivendo a parte feliz e acreditando que ela pode durar para sempre. 

hoje apareceu aqui um texto que você curtiu ou comentou, algo assim, sobre a busca pela felicidade, e eu voltei a pensar nisto tudo que tenho vivido. eu fiz algo que, de longe, parecia grandioso. deixei emprego pra lá e vim morar no lado de cá por um tempo. agora, tudo parece bastante claro. eu sou feliz quando acordo às 7h da manhã no sítio, aí no interior do estado de São Paulo, e tomo café. sou feliz quando estou deitada no sofá e o gato vem deitar no meu colo. e sou feliz quando ouço uma música deitada ao seu lado num dia quente de verão. por aqui as coisas são boas, mas eu entendi que felicidade não mora em grandes atos. eu já desconfiava, agora ficou claro. 

então, já no fim do texto, apareceu isto aqui: "Se a felicidade se tornar o grande objetivo a ser alcançado em sua vida, então ela será para você um verdadeiro pesadelo. Mas quando, para você, a felicidade está nas pequenas coisas, na forma pela qual você as vive (…) sua casa torna-se um templo, seu corpo se torna a morada de Deus, e, para onde quer que você olhe e qualquer coisa que você toque, se torna imensamente bela, sagrada – então, a felicidade é liberdade". 

serendipity é isso tudo que aconteceu hoje, esses mil encontros e coisas fazendo sentido e completando o que eu queria te dizer. 

estava olhando o passado nos e-mails e me deparei com este aqui. achei que valia guardar. 

Nenhum comentário: