30 março 2011

poesia

O Livro Sobre Nada, do Manoel de Barros é uma das coisas mais lindas que me aconteceu nos últimos tempos. Eu ando muito distraída, muito ocupada e muito preguiçosa para vir aqui escrever. Mas eu penso que se vocês têm sentido minha falta (oi você do formspring!), é porque gostam de mim. E se gostam de mim, hão de gostar de algo que eu muito gosto. Vou deixar com vocês, então, um poema.


As lições de R.Q.


Aprendi com Rômulo Quiroga (um pintor boliviano):
A expressão reta não sonha.
Não use o traço acostumado.
A força de um artista vem das suas derrotas. Só a alma atormentada pode trazer para a voz um
formato de pássaro.
Arte não tem pensa:
O olho vê, a lembrança revê, e a imaginação transvê.
É preciso transver o mundo.
Isto seja:
Deus deu a forma. Os artistas desformam.
É preciso desformar o mundo:
Tirar da natureza as naturalidades.
Fazer cavalo verde, por exemplo.
Fazer noiva camponesa voar - como em Chagall.

Agora é só puxar o alarme do silêncio que eu saio por aí a desformar.

Até já inventei mulher de 7 peitos para fazer vaginação comigo.

3 comentários:

Michele Matos disse...

É, eu gosto da Carol, do poema também.
É preciso desformar o mundo, e pronto cabô!

Marcos Vinícius Almeida disse...

É sensacional, não?
"pronto cabô".

Anônimo disse...

Oi
Você sabia que o Quiroga é inventado ?

O que é formspring ?

Abço