27 março 2009

a gente aprende...

O bolo estava na mesa e era de chocolate, enfeitado com confetes - não os de carnaval, mas aqueles bons de comer. Do lado, uma garrafa de Coca-cola, outra de Guaraná Diet e pratinhos, garfinhos, copos descartáveis. No teto, penduradas, bexigas cor-de-rosa, amarelas e azuis. Algumas dezenas de pessoas andavam, falavam, riam. As crianças roubavam brigadeiros e deixavam as forminhas na bandeja, como prova do crime mais inocente que alguém pode cometer. Uma mulher de quarenta e poucos anos, falante, espalhafatosa, andava com uma câmera na mão, flagrando cada momento para guardá-lo num papel por toda a eternidade.
Como não poderia deixar de ser, teve o “Parabéns pra você”. Depois do ritual apaga-a-vela-e-faz-um-pedido, quando todos esperam pela sua fatia de bolo, foi que a aniversariante me puxou pelo braço e cochichou: “Quantos anos eu estou fazendo?”.
“Setenta e um, vó”. E ri. E ela riu também: “É que eu até esqueço dessas bobagens.”. E voltou para a festa, que era, na verdade, o que realmente importava para ela.

6 comentários:

Tatiana Lazzarotto disse...

Na blogosfera, todo mundo anda escrevendo sobre a vó.

Abraço

Vaneweezer disse...

q legal :)
bonitinho e gostoso de ler.
na verdade vc eh boa pra contar historias. eu naum sou, puxa. e vc eh bem observadora tbm. rs

Michele Matos disse...

Huahuahauhaha
que linda sua vó!!!
Adoro "vós"!!

Muito bom!
bjuuuu

Lara disse...

Eu imagino a sua vó como a minha bisa, a fofura em pessoa, aquelas que dá vontade de pegar no colo igual criança, e que como você escreveu no outro post, parece que vai viver pra sempre...

[Manú] disse...

Sim,com o tempo a gente aprende que a vida,não esse emaranhado de afazeres,mas estes pequenos momentos de felicidade, a vida é isso aí, a procura dessa felicidade irrestrita que está quase sempre em momentos simples de felicidade como esse da sua avó.Beijo doce.

Rosa disse...

você é linda. me mima!!!